Costuma-se dizer que a história da música é tão antiga quanto a humanidade, mas o fato é que os primeiros fenômenos musicais se evaporaram sem um registro documentado. Logo, apesar de não podermos precisar o momento exato de seu surgimento, não é difícil imaginar o homem Neandertal brincan- | |
do com a descoberta de novas sonoridades ao acaso. Segundo Dearling (1996), os primórdios do que podemos chamar de música estão nas vocalizações – gritos – em que o homem primitivo chegou a diferentes notas, após o reconhecimento de sons característicos de cada mensagem que tencionava comunicar. Nas festividades comemorativas, somam-se aos cantos e gritos o estampido do bater de palmas, assim como a sonoridade extraída de várias partes corporais. É possível que o ritmo advindo do corpo tenha sido imitado pelo primeiro “instrumentista”, percutindo um tronco com pedaços de madeira, criando dessa forma o primeiro instrumento musical. A partir daquele instante começava a saga de aprimoramento dos instrumentos, e percebemos o primeiro efeito real de uma tecnologia mais refinada no aperfeiçoamento dos mesmos, através da melhoria técnica dos luthiers - nome dado aos fabricantes artesanais de instrumentos – que desenvolviam trabalhos na madeira para chegar a resultados sonoros mais satisfatórios. Antonio Stradivari (1644-1737) é considerado o expoente máximo desta arte. Sua produção resultou em mais de mil instrumentos, dos quais atualmente se conhecem aproximadamente 400 violinos, 16 violas e 39 violoncelos. A importância de Stradivari está não somente na sua enorme habilidade manual e na sua acertada escolha de madeiras, mas também nas modificações feitas por ele no desenho dos instrumentos (UNICEF, 1976). |